segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Saudade..

Nunca fui muito boa em palavras ditas. Na verdade acho que nunca fui boa com as palavras, mas tenho a impressão que sou mais compreendida em textos do que em conversas. Na verdade mesmo, comecei a escrever sem um propósito. É meio que um grito pra você lembrar que eu existo, que eu ainda estou aqui me recompondo pra que a gente consiga se encontrar naquela pecinha lá na frente, sem que nenhum coração dispare, sem que nenhum estômago revire. Sou daquelas que sabe que a distância é a melhor solução mas não consegue parar de sentir medo de ser esquecida, de virar uma lenda, como alguém que morreu, mas que continua vivendo fora do seu campo de visão, da sua vida. Mas segundos depois que surge esse medo, eu lembro que dentre as nove marcas de tinta que tenho na minha pele, uma tem um significado, várias lembranças e uma promessa de que aquele momento nunca seria esquecido. Essa promessa eu nunca irei descumprir. Aproveitando o assunto, também não esquece que eu sou uma criança grande, posso ser frágil mas eu ainda sou grande, sei tudo que tenho que fazer daqui pra frente, sei que não é o fim da minha vida e é fato que não sofrerei pra sempre (afinal, nada é pra sempre), mas ser grande não elimina o sofrimento humano, presente em qualquer fim de relacionamento. Não posso fingir uma coisa que não estou. No começo eu até tentei, mas começou a sobrecarregar tanto dentro de mim, que tudo que eu estava sentindo transbordou, e virou um dia inteiro de muitas lágrimas. Depois desse dia, aprendi que sentimento a gente não prende, a gente tem que sempre deixá-los livres, quase visíveis. Não me considero a pessoa mais dramática do mundo por sentir saudade desse tamanho. Como não sentir saudade de uma pessoa que fazia parte de TODOS os dias da sua vida? É esse sentimento que está me sufocando, transformando-se em lágrimas que eu não agüento mais fabricar. Tudo isso por causa da saudade. Uma palavra que nem existe em outras línguas.

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